Apenas 1% da camada mais rica da popolução detém 28% da riqueza no Brasil.
A situação é ainda mais preocupante nos 7,4 milhões de moradores de domicílios em que vivem mulheres pretas ou pardas sem cônjuge e com filhos de até 14 anos. Neste recorte, 64% estavam abaixo da faixa de renda de R$ 387 mensal per capita. A pesquisa do IBGE também se estendeu para critérios como o acesso a educação, proteção social, moradia adequada, serviços de saneamento básico e internet.
Segundo o levantamento, 64,9% da população brasileira tem restrição a pelo menos um desses direitos. Novamente, o grupo composto por mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos de até 14 anos é o mais vulnerável, em que o nível de restrição sobre para 81,3%.

Desde 1980, o 1% da população mais rica do mundo conquistou duas vezes mais do que os 50% dos mais pobres, segundo o World Inequality Report. O número equivale a dizer que, neste período, 27% das novas receitas produzidas no mundo foram destinadas a 1% dos mais ricos, enquanto que os 50% mais pobres capturaram apenas 13% do crescimento total.
Os números ficam ainda mais surpreendentes quando a pesquisa cita que 75 milhões de pessoas representam o grupo 1% mais rico da população mundial. Já os 50% mais pobres, representam cerca de 3,7 bilhões de indivíduos no planeta. Em relação à população intermediária – assalariados de média ou baixa renda – o crescimento foi modesto ou nulo.
Privatização
O World Inequality Report constatou que em países considerados ricos, o capital público atualmente está próximo ou abaixo de zero. No entanto, entre as consequências deste cenário, está o desafio dos governos de investir seus recursos na educação, saúde ou proteção ambiental.
O coordenador do relatório, Emmanuel Saez, avalia que a combinação das privatizações e a crescente desigualdade social alimentou a desigualdade da riqueza. “Nesses países e em nível global, o capital privado está cada vez mais concentrado entre alguns indivíduos. Esse aumento foi extremo nos EUA, onde a participação da riqueza do 1% superior aumentou de 22% em 1980 para 39% em 2014”, conclui.